Sunday, March 11, 2007

Aprendi desde criança, que devemos dar. Aprendi também, que não nos devemos “gabar” daquilo que damos. Aprendi também que quanto mais damos mais temos. Quer uma ou outra coisa são extremamente difíceis… faço esse experiência todos os dias, sem dar por ela gabo-me do que dou, do que faço… Querem saber com quem a prendi isto, não devia dizê-lo mas vou partilha-lo. Foi com a minha mãe. Há coisas que se aprendem no ventre materno, vêm com aquele leite que se gera na maminha da mamã, diferente do leite que se compra na farmácia ou no supermercado.
Continuamos em tempo de Quaresma. Uma das dimensões da Quaresma é a esmola. Tenho pena que a maior parte das vezes resumamos a esmola a algo material, e mais concretamente ao dinheiro. Esta dimensão é muito mais do que cinco tostões que depositamos numa caixa ou na mão de alguém.
A esmola a que a Quaresma nos desafia, é o olharmos para fora e percebermos que muitas pessoas à minha volta têm fome e sede do meu tempo, da minha vida, das minhas histórias e, também dos meus bens.A esmola a que a Quaresma me desafia é um tempo para partilhar aquilo que tenho e o que sou. É um tempo onde devemos aprender a conjugar o verbo dar…

Saturday, March 03, 2007



Como qualquer cidadão português, eu gosto de vinho. Se por acaso não gosta devia de gostar! Mas para ter bom vinho é preciso cuidar da vinha.
Um dia destes o meu pai, um ancião de 80 anos pediu-me para lhe ajudar a podar as videiras e arranjá-las, atá-las, etc.
Andava com ele e veio-me este pensamento à cabeça: estamos em tempo de Quaresma. Pensando bem a Quaresma é um tempo de poda. Com o meu pai, podamos as ramas mortas, que impediam a árvore de crescer. Na nossa vida também é preciso fazer grandes cortes, isto é, grandes podas, mas usando a linguagem espiritual, grandes renúncias. É preciso dar um passo mais adiante na vida, com sabedoria e força.
Meus amigos, nem sempre é fácil, eu nem sempre consigo renunciar. São várias as razões: o medo de perder, o medo de ser criticado, o medo de não ser entendido e consequentemente ser rejeitado.
Nesta experiência, o meu pai ensinou-me que nem tudo se pode podar, cortar, não se pode cortar de qualquer maneira. É preciso saber escolher e depois cortar, para não fazer estragos.
A Quaresma é um tempo propício para isto. É uma ocasião privilegiada para olhar a própria vida.
Peçamos a Deus a luz para nos despojarmos dos ramos secos… que essa luz nos converta, muitas vezes em árvore frondosa que dá sombra aquele que passa pelo caminho no final do seu dia…
Vale a pena pensar nisto… porque é Quaresma…

Boa Quaresma para todos.